“Brasileiro lê, em média, quatro livros durante o ano”.
( http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-28/brasileiro-le-em-media-quatro-livros-por-ano )
Volta e meia deparamos com algo assim, travestido de notícia, circulando em revistas, telejornais e na internet. Mas afinal, tais dados são importantes? De que forma? A imagem do post revela quatro pequenos livros (de 150 páginas no máximo) ao lado de dois monstros (que ultrapassam fácil as 600 páginas). Portanto, sem tirar o crédito da importância que tem tal notícia, ou de que estatísticas essas notícias revelam, seria melhor tentar formular a seguinte questão: o quanto realmente lê uma pessoa em nosso país? Como se mediria isso? Qual é a qualidade dessa leitura?
Segundo essas mesmas pesquisas, o livro mais lido é a Bíblia Sagrada. Daí se vê como a questão é complicada, afinal, quem lê a Bíblia, lê trechos, nunca ela toda. Sem contar os livretos de frases, onde se abre numa página e se lê só aquela no dia. A pesquisa também revela que muitos não terminam a leitura de dois dos quatro livros por ano que se tem na média.
O alemão lê X livros, o americano e o inglês leem Y. Mas isso é realmente apenas reflexo da educação, dos investimentos ou da falta deles no ensino?
Clássicos, contemporâneos, biografias, toda leitura é válida. Mas os quatro “livros” do ano de um determinado sujeito seriam bons? A melhor pergunta para esse tipo de pesquisa não seria “como lê o brasileiro?”, ou “qual seu olhar na leitura?”
Por obrigação ou por gosto, ler é importante. E a leitura devia ser analisada num espectro maior de estudo. Não apenas por uma quantidade lida anualmente, nem pelo tamanho das obras, mas pelo teor, pela absorção, por conhecimento adquirido, por satisfação.
Concordo contigo, é difícil medir a quantidade de leitura. Mas nos dias de hoje, com a informação cada vez mais rápida, resumida e compacta, é cada vez mais rara a pessoa que lê com gosto.